Á época
da Reconquista cristã da península Ibérica, em 1118 ou 1148, a povoação foi
conquistada aos mouros pelas forças de D. Afonso Henriques (1112-1185), que lhe
determinou a reconstrução das defesas. As necessidades de defesa da chamada Linha
do Tejo, valorizaram-lhe o sítio, num período em que a Ordem dos Templários
dotava o médio curso do rio de uma impressionante linha defensiva, na qual se
inscreveu. Resistiu, desse modo, ao assédio das forças Almóadas sob o comando
de Abem Jacob, as quais tiveram que se retirar sofrendo pesadas baixas. Em
recompensa por esse feito heroico, recebeu do soberano a sua Carta de Foral (1179).
Sob o reinado de D. Sancho I (1185-1211), um novo cerco Almóada sob o comando
do califa Abu Yusuf Ya'qub al-Mansur, repetiu-se em 1191, época em que foram
perdidas todas as conquistas cristãs nos territórios ao sul do rio Tejo, à exceção
da cidade de Évora.
Posteriormente,
D. Afonso III (1248-1279) conferiu-lhe importantes melhoramentos na defesa,
iniciados em 1250 e concluídos entre 1300 e 1303, já no reinado de D. Dinis
(1279-1325), com destaque para a torre de Menagem e a ampliação das muralhas.
Este monarca doou a vila a sua esposa, D. Isabel de Aragão, passando, a partir
de então, a integrar o património das rainhas de Portugal.
À
época da crise de 1383-1385 alinhou-se ao lado das forças do Mestre de Avis,
rezando a tradição que foi neste castelo que se tomou a decisão de dar combate
às tropas de Castela em Aljubarrota.
Sob o
reinado de D. Manuel (1495-1521), a povoação recebeu o Foral Novo (1510).
Na
segunda metade do século XVI, o Castelo de Abrantes entrou em
decadência, particularmente durante a Dinastia Filipina.
No
contexto da guerra da Restauração da Independência portuguesa, no último
quartel do século XVII, D. Pedro II (1667-1706) determinou a sua reedificação,
transformando a povoação e seu castelo medieval em uma moderna praça-forte
abaluartada (Praça-forte de Abrantes), ao estilo Vauban. Para esse fim as muralhas
medievais foram rebaixadas e reforçadas, tendo-lhes sido adossados dois
meio-baluartes (1704). À época era reputada como "a chave da Província da
Estremadura".
No século
XVIII, as instalações do castelo foram adaptadas para o uso como quartel,
passando a aquartelar um regimento da Cavalaria Real. Posteriormente, entre 1792
e 1799, essas instalações foram ampliadas e ocupadas pela legião comandada pelo
marquês de Alorna.
Construído
em alvenaria de pedra, apresenta planta poligonal irregular (orgânica),
acompanhando o afloramento rochoso em que se ergue, com muralhas de faces
predominantemente retas.
Originalmente
em estilo românico, as reformas que lhe foram introduzidas no século XIII
conferiram-lhe o aspeto gótico.
Do
antigo e austero castelo medieval, envolto por um jardim público de onde se
descortina uma invejável panorâmica, restam atualmente apenas a sólida Torre de
Menagem, a Porta de Armas (no ângulo nordeste) e a arcaria de suporte a dois
distintos panos de muralhas que servem de parapeito a um miradouro sobre a
cidade.
A
Torre de Menagem, com planta quadrangular, invulgarmente localizada no centro
da praça de armas, compunha-se originalmente por três pavimentos, tendo os dois
superiores ruído no terremoto de 1531. As suas feições foram descaracterizadas
por obras promovidas no século XIX.
O primeiro
pano de muralhas é reforçado por torres cilíndricas e rasgado por aberturas
retangulares. Os baluartes setecentistas distribuem-se ao redor da povoação, a
meia encosta.
Na
antiga praça de armas, pelo lado oeste, erguem-se as ruínas do antigo Paço dos
Condes de Abrantes, iniciado em torno de 1530 pelo Alcaide-mor da Vila, Diogo
Fernandes de Almeida, aproveitando aquele trecho das muralhas. Esta edificação
foi substancialmente modificada no século XVIII por iniciativa do 1° Marquês de
Abrantes, D. Rodrigo Anes de Meneses. O Paço dos Marqueses de Abrantes, marcado
pela grandiosidade dos seus elementos arquitetónicos em estilo barroco, entre
os quais se destaca a loggia, arcada de onze vãos de volta perfeita,
ladeada simetricamente por dois torreões cilíndricos.
Ainda
no interior do recinto amuralhado ergue-se a Igreja de Santa Maria do Castelo
de estilo gótico, convertida em museu histórico, onde se observam coleções de escultura
romana, escultura tumular do século XV e século XVI, além de painéis de azulejos
sevilhanos e outras obras de arte.
(in: pt.wikipedia.org)
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