domingo, 20 de maio de 2012

A Torre do Relógio

Admite-se que parte da atual Torre do Relógio de Pernes tenha sido de origem Romana. Ali funcionou a Câmara de Pernes de 1514 a 1855, foi posto de vigia, depósito de rendas e posteriormente também serviu como Prisão.

(in: geocaching.com)





domingo, 13 de maio de 2012

Aqueduto da Amoreira

Desde a época da ocupação árabe a povoação de Elvas era abastecida pelo poço de Alcalá, situado perto do antigo Paço Episcopal. No entanto, a partir do século XV, devido ao aumento da população, o poço tornou-se insuficiente para abastecer de água a cidade.
No início do reinado de Manuel I de Portugal, este autorizou o lançamento de um imposto, o "Real de Água", para serem executadas obras de conservação no poço medieval. Estas obras não resolveram os problemas de abastecimento existentes, pelo que a edilidade local pensou em construir um aqueduto que trouxesse a água desde os arrabaldes, no local da Amoreira, até ao centro da cidade.
Em 1537 João III de Portugal designou o arquiteto Francisco de Arruda, então mestre das obras do Alentejo e autor do Aqueduto da Água de Prata de Évora, para executar o projeto do novo aqueduto de Elvas. As obras iniciaram-se no mesmo ano, prosseguindo até 1542, data em que a extensão do canal chegava ao Convento de São Francisco. Seguiu-se então a execução da parte mais complexa do projeto, uma vez que depois dos seis quilómetros iniciais já edificados, os arcos do aqueduto iriam aumentar de dimensão. A obra tornava-se cada vez mais onerosa, embora os impostos cobrados aos habitantes da cidade destinados à edificação do aqueduto fossem sendo aumentados ao longo dos anos.
Em 1547 as obras eram suspensas devido à falta de verbas, sendo retomadas somente em 1571. Esta segunda campanha de obras, que terá sido orientada pelo engenheiro Afonso Álvares, prosseguiu até 1580, quando a subida ao trono de Filipe I de Portugal originou uma nova interrupção dos trabalhos.
As obras foram retomadas no início do século XVII, e cerca de 1610 concluiu-se que era necessário alterar o projeto do aqueduto, dando-lhe mais altura, para que fosse possível levar a água até ao Largo da Misericórdia. Esta decisão atrasou ainda mais a conclusão dos trabalhos, devido não só às dificuldades práticas relacionadas com o trabalho de engenharia como também pelo aumento dos custos do projeto. Finalmente, em 1620 correram pelo aqueduto as primeiras águas dentro dos muros da cidade, que iam então desembocar numa fonte provisória construída junto à antiga Igreja da Madalena.
No ano de 1622 estava concluída a Fonte da Misericórdia, que finalizava o percurso das galerias do aqueduto, tornando-se um dos pontos centrais da cidade.
Durante a Guerra da Restauração a defesa de Elvas, cidade fronteiriça da maior importância estratégica, tornou-se um imperativo, e a localização do aqueduto transformou-se num obstáculo à construção de um novo conjunto de fortificações, pelo que os engenheiros militares puseram a hipótese de derrubar o aqueduto, possibilidade avalizada por João IV de Portugal. A povoação de Elvas opôs-se a esta medida, e o conde de São Lourenço, governador da Praça-forte de Elvas, conseguiu através de uma petição à Coroa que o monarca desistisse da demolição.
Para contornar as dificuldades do abastecimento da cidade durante a guerra foi edificada uma cisterna, desenhada pelo engenheiro Nicolau de Langres, e edificada na década de 1650, segundo um modelo "abobadado e à prova de bomba", que foi ligada ao aqueduto através de um cano subterrâneo.
Já na segunda metade do século XX sofreu a ruina de alguns arcos na zona mais elevada sendo reparados com a utilização das técnicas disponíveis à data.
Encontra-se classificado como Monumento Nacional desde 1910
O aqueduto, que se estende por uma extensão de cerca de oito quilómetros, comporta um conjunto de diversas galerias, que numa primeira zona são subterrâneas, e ao nível do terreno são formadas por quatro arcadas sobrepostas, apoiadas em pilares quadrangulares e fortalecidas por contrafortes semicirculares, perfazendo uma altura de trinta e um metros.



(in: pt.wikipedia.org)





Forte de Santa Luzia

Remonta ao contexto da Guerra da Restauração da independência portuguesa, quando foi primitivamente riscado por Matias de Albuquerque (1641). No mesmo ano, seria redesenhado na traça de Sebastião Frias, quando recebeu o formato de um polígono estrelado. O genovês Hieronimo Rozzeti traçou-lhe novo projeto (1642), o que causou atritos que culminaram com a discórdia do engenheiro militar francês Charles Lassart. Finalmente foi concluído e inaugurado em 1648.
Juntamente com as demais fortificações do seu sistema defensivo, durante a batalha das Linhas de Elvas resistiu com sucesso ao pesado sítio que lhe foi imposto, de 22 de outubro de 1658 a 14 de janeiro de 1659, pelo exército espanhol sob o comando de D. Luís de Haro.
O forte apresenta planta quadrangular com baluartes pentagonais nos vértices, no estilo Vauban. As obras externas de defesa conferem-lhe o formato poligonal estrelado.



(in: pt.wikipedia.org)
 



 

Forte de Nossa Senhora da Graça

No século XVII, a posição estratégica do monte da Graça, ocupada por tropas espanholas no contexto da Guerra da Restauração da independência, muito caro custou a Portugal durante o cerco a Elvas (1658-1659).
Um século mais tarde, durante a Guerra dos Sete Anos (1756-1763), a cidade sofreu novo sítio (1762). Com esse fato em mente, sob o reinado de D. José I (1750-1777), tendo o Marquês de Pombal chamado o Marechal Wilhelm von Schaumburg-Lippe, conde de Lippe para reorganizar o Exército português, determinou-lhe traçar planos para a modernização daquela praça-forte.
Os trabalhos do Forte da Graça iniciaram-se em 1763, estendendo-se até ao reinado de Dna. Maria I (1777-1816), que a inaugurou em 1792, com o nome de Forte Conde de Lippe, militar que havia proposto a sua construção e que comandou o Exército português entre 1762 e 1764.
O forte resistiu às tropas espanholas durante a chamada Guerra das Laranjas (1801) e, mais tarde, no contexto da Guerra Peninsular, às tropas do general Nicolas Jean de Dieu Soult, que a bombardearam (1811), não chegando a tomá-la.
Utilizado no passado como prisão militar, o conjunto encontra-se hoje (2009) em condições precárias de conservação, aguardando a sua cedência à Câmara Municipal de Elvas para consolidação e restauro.
A estrutura, de planta quadrangular com cento e cinquenta metros de lado, é completada por baluartes pentagonais nos vértices. Quatro revelins cobrem as cortinas, a meio das quais de inserem o portão monumental (Porta do Dragão) e três poternas.
O corpo central da praça apresenta um reduto elevado, de planta circular, com dois pavimentos e parapeito, abrindo canhoneiras para três ordens de baterias em casamatas. Sobre o reduto, como sua lanterna central, uma torre circular com dois pavimentos abobadados: o primeiro constituindo-se em uma capela decorada e o segundo, na Casa do Governador. Abaixo da capela, escavada na rocha viva, uma cisterna constitui-se em uma de suas obras mais notáveis.
Externamente, a estrutura é completada por um hornaveque com seu revelim e poterna, e por um fosso seco, largo e profundo.

(in: pt.wikipedia.org)
 




Castelo de Elvas

À época da Reconquista cristã península, teria sido inicialmente tomada por forças cristãs sob o comando de Geraldo Sem Pavor (c. 1166), quando da conquista de Juromenha. Retomada pelos mouros, voltou às mãos portuguesas em 1220 para novamente cair na posse dos mouros. Somente em 1226 (1228 ou 1229 segundo outros autores) caiu definitivamente em mãos portuguesas, sob o reinado de D. Sancho II (1223-1248), que lhe outorgou Foral (Maio de 1229) e lhe determinou a reconstrução e reforço das defesas. Alguns autores compreendem que estas obras estariam concluídas já em 1228.
Os conflitos pela posse dessa fronteira atravessaram os reinados de:
  • D. Dinis (1279-1325), que deu Carta de Foral à Vila (1231) e lhe ampliou as defesas;
  • D. Fernando (1367-1383), que a dotou de uma terceira cintura de muralhas, reforçada por torres;
  • D. João II (1481-1495), que determinou a reconstrução da Torre de Menagem (1488) e outros reparos, conforme a pedra de armas deste soberano sobre o portão de entrada; e
  • D. Manuel I (1495-1521), que elevou a vila à categoria de cidade (1513).
No conjunto, estes soberanos propiciaram à vila um notável sistema defensivo, que no início do século XVI ostentava uma tripla cintura de muralhas, vinte e duas torres, onze portas e barbacã, conforme o desenho de Duarte de Armas (Livro das Fortalezas, c. 1509). Estes dois últimos soberanos foram os responsáveis pela modernização do castelo para o sistema abaluartado, com linhas renascentistas, período em que passa a predominar a função residencial (paço dos alcaides).
Durante a Crise de 1383-1385, o alcaide de Elvas tomou o partido de D. Beatriz e de Castela. Entretanto, a população, liderada por Gil Fernandes, atacou o castelo e deteve o seu alcaide. Gil Fernandes jurou fidelidade a Portugal e a D. João I, provocando, no Verão de 1385, um cerco de vinte e cinco dias pelas forças castelhanas, ao qual a vila resistiu invicta.
Já o mesmo não conseguiu fazer no contexto da Crise de sucessão de 1580, quando o seu alcaide passou-se para o lado espanhol, afirma-se que a troco de ouro, voltando ao domínio português após a Restauração da independência.
Proclamada a restauração, a cidade desde logo teve a sua defesa modernizada, adaptada aos tiros da artilharia. Recebeu deste modo uma nova linha de muralhas, de traçado poligonal abaluartado, cujos trabalhos só estariam concluídos na primeira década do século XVIII. Transformada em uma autêntica Praça-forte, resistiu ao cerco espanhol de 1658, permitindo que o mesmo fosse derrotado na batalha das Linhas de Elvas (14 de Janeiro de 1659).
Embora essas modernas defesas de Elvas tenham chegado até nós em relativo estado de conservação, o mesmo não sucedeu às estruturas medievais, onde os efeitos do crescimento urbano cobraram o seu preço. O castelo foi o primeiro imóvel a ser classificado como Monumento Nacional no país, por Decreto publicado desde 9 de Outubro de 1906.
As intervenções de consolidação e restauro que tem recebido por parte do poder público desde então visaram entregá-lo ao público, permitindo ao longo das décadas a melhoria da sua visitação e compreensão. Da mesma forma, a pesquisa arqueológica realizada, visou recuperar os testemunhos sobre a sua evolução, enquadrando corretamente as suas diferentes estruturas na devida linha de tempo e permitindo, também, uma melhor compreensão.
O castelo medieval ergue-se na cota mais elevada do terreno, a 320 metros acima do nível do mar. Em seu conjunto apresenta elementos dos variados períodos construtivos, que, no início da Idade Moderna, encontrava-se composto por três cortinas defensivas, conservando as duas mais antigas importantes estruturas do período muçulmano.
Na linha de defesa externa, mais recente, datando do reinado de D. Fernando, reforçada por vinte e dois torreões e por uma barbacã, abriam-se originalmente onze portas - reduzidas a três pelas reformas do século XVII (respetivamente a de Évora, a de Olivença e a de São Vicente). Esta defesa foi parcialmente absorvida pela expansão urbana.
A linha intermediária de defesa também foi comprometida por essa expansão. Os seus muros eram rasgados por quatro portas: a da Ferrada, a Porta Nova ou da Encarnação, a de Santiago e a do Bispo.
A linha de defesa interna ergue-se na cota mais elevada do terreno, a nordeste, tendo chegado até nós duas das suas antigas portas: a da Alcáçova e a do Miradeiro. É constituída pelo castelo do reinado de D. Sancho II, remodelado por D. Dinis e reforçado por D. João II e por D. Manuel I, apresentando planta quadrangular. Ladeado por duas torres quadrangulares, a mais alta correspondendo à de menagem, o Portão de Armas é protegido por um balcão sustentado por mísulas, onde se exibe o brasão de armas de D. João II. Em suas muralhas ameadas inscreve-se uma torre hexagonal irregular, rasgada por aberturas de troneiras e coberta por cúpula semiesférica. O alto desta torre é percorrido por um adarve protegido por parapeito com largos merlões. Na praça de armas os diversos fragmentos arquitetónicos, denunciam as diferentes épocas construtivas e estilísticas.



(in: pt.wikipedia.org)







 

Castelo de Arraiolos

A ideia de fortificação deste local remonta à doação da chamada herdade de Arraiolos feita por D. Afonso II (1211-1223) a D. Soeiro, bispo de Évora, com a permissão para que nela se erguesse um castelo (1217).
Com o adensamento do povoamento, uma nova determinação para o levantamento de uma defesa remonta a um contrato, firmado entre o rei D. Dinis (1279-1325), o Alcaide, os Juízes e o Concelho da Vila de Arraiolos (1305), que estipulava a obrigação de levantar, em torno da povoação, "207 braças de muro, de três braças de alto e uma braça de largo; e a fazer no dito muro dous portaes dárco com suas portas, e com dous cubellos quadrados em cada uma porta".
Essas obras foram iniciadas em 1306, com uma verba de 2.000 libras concedidas pelo monarca, e traça de autoria de D. João Simão. Dessa forma, em 1310, ano em que o soberano confirmou a Carta de Foral, (...) a obra estava pronta de pedra e cal e em boa defesa, edificada num monte de configuração cónica, elevado sobre todos os vizinhos e pitorescamente coroado, no vértice, pela antiquíssima Igreja Matriz do Salvador.
O castelo começou a sofrer abandono a partir do século XIV, por ser um local ventoso, frio, reputado como desagradável para se habitar. O rei D. Fernando (1367-1383) tentou dar remédio a essa situação concedendo privilégios especiais aos seus habitantes (1371). Essas medidas, entretanto, se revelaram inúteis, pois nem o fechar das portas à noite, privando dos sacramentos os moradores de fora, conseguiu impedir o despovoamento da fortificação.
Após o desfecho da crise de 1383-1385, os domínios da vila e seu castelo foram doados ao Condestável D. Nuno Álvares Pereira (1387), agraciado com o título de Conde de Arraiolos. Entre 1385 e 1390, daqui partiram diversas expedições militares do Condestável contra Castela.
Ao final do século XVI o castelo ainda era habitado, fechando-se todas as noites pelo sinal do sino (1599). Nessa época um grande número de novas moradias já se espalhava pelas encostas vizinhas. No início do século XVII, entretanto, já se encontrava desguarnecido, vendo os seus materiais de construção serem saqueados e abrigando um curral no seu Pátio de Armas.
Em 1613 o castelo e seus edifícios encontrava-se em avançado estado de ruína, conforme queixas dos Oficiais da Câmara Municipal à época.
À época da Restauração da independência portuguesa, sob o reinado de D. João IV (1640-1656), o muro da povoação e o seu castelo receberam obras de remodelação por necessidades estratégicas (1640). Poucos anos mais tarde, em 1655, o castelo voltava a apresentar ruína, com a barbacã caída, a Torre de Menagem fendida e abandonada, e o Paço dos Alcaides inabitável.
Um século mais tarde, o terramoto de 1755 aumentou-lhe os danos.
No século XIX, o seu Pátio de Armas serviu de cemitério para as vítimas de cólera morbus na região (1833).
No início do século XX foi classificado como Monumento Nacional, por Decreto publicado em 23 de Junho de 1910. No período de 1959 a 1963, o castelo e as muralhas de Arraiolos, foram parcialmente restaurados pela Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais
O conjunto, integrado pela fortificação do Paço dos Alcaides e pela cerca amuralhada, apresenta planta quadrangular, com elementos do estilo românico e do estilo gótico.
Embutido no troço norte da muralha, o Paço dos Alcaides, de planta quadrada, é dominado pela Torre de Menagem. Esta é dividida internamente em quatro pavimentos, rematada por adarve protegido por merlões. Articula-se pela face leste com as casas da guarda, sobranceiras à porta da Praça de Armas, e, pela oeste, com as pousadas palacianas.
O sólido muro ameado, largo e de altura regular, descrevendo uma forma elipsóide, encontra-se atualmente bem conservado. Nele se inscreviam, originalmente, duas portas:
  • a Porta da Vila (ou da barbacã), a Sul, hoje reduzida a uma grande abertura no muro; e
  • a Porta de Santarém, a Noroeste, em estilo gótico, flanqueada por dois cubelos ou torreões.
Parece ter havido ainda uma porta falsa ou postigo, no lado leste, onde o muro apresenta alguma ruína.
A Torre do Relógio, enriquecida com um coruchéu ao tempo de D. Manuel (1495-1521), parece ser um dos cubelos da antiga porta da barbacã, ficando o outro suprido pela grande torre de menagem.
Destaca-se, na praça de armas do castelo, a Igreja do Salvador.
Uma tradição local afirma que existe uma passagem subterrânea secreta que liga o castelo ao Convento de Nossa Senhora da Assunção (Convento dos Lóios).



(in: pt.wikipedia.org)